São múltiplas as possibilidades de organização do espaço e da divisão do tempo planetário. Nesta verdadeira teia de complexidades, não é fácil discernir os movimentos da História. Mas o conhecimento dos ciclos e da geometria facilita a compreensão, permitindo-nos corroborar os dados no passado e então entrever o futuro.
Existe, contudo, um emblema muito clássico na simbologia universal, presente em todas as culturas tradicionais. Trata-se das mandalas, cujo rico simbolismo costuma ser resumido na forma da organização do tempo-espaço planetário, com suas devidas regências espirituais.
No zodíaco mesmo temos várias subdivisões. A divisão ternária diz respeito ao tempo: passado, presente e futuro, ou senão aos “ritmos”: Cardinal, Fixo e Mutável, no sânscrito os três gunas (triguna): rajas, satwa e tamas. Assim, os signos Fixos –Touro, Escorpião (ou Águia), Leão e Aquário– constituem a fase central do zodíaco, estando comumente presentes nas fórmulas de hierofanias.
O fato de corresponderem ao tempo “presente”, diz muito de sua importância central e capacidade de síntese. Se os Cardeais preparam por impulso o futuro, e os Mutáveis atuam por inércia (em função) do passado, os signos Fixos atuam basicamente no aqui-e-agora, tratando já não de preparações humanas e culturais básicas (Cardeais) e nem de revisionismos e reformas ulteriores (Mutável), mas da concretização das coisas através de sínteses inovadoras entre passado e futuro. Organização-e-poder são, assim, as palavras-chaves destas etapas centrais.
É importante, contudo, entender o significado prático deste destaque. Já se disse serem os “signos da iniciação” (cf. S. R. de la Ferrière), por conterem as chaves da fórmula Saber-Querer-Ousar-Calar. Porém, uma análise atenta, lhes confere tanto caráter de síntese, como também de organização. Por isto estão relacionados, em termos sociais, aos grandes processos civilizatórios. A idéia da “Idade de Ouro” teria direta relação com isto.
E é por isto, que as chamadas “Estrelas Reais” dos persas, são justamente as alfas das Constelações relacionadas a estes signos centrais. Ou seja: Regulus (alfae Leo), Fomalhaut (alfae Piscis, embora vinculada a Aquário), Aldebaran (alfae Taurus) e Antares (alfae Scorpius).
Referências históricas
Passemos a verificar modelos ou exemplos históricos daquilo que se afirma mais acima. Vamos analisar o quadro maior do planeta e também o interno das sociedades, como uma forma de corroboração (fractal, analogia, etc.), afinal, se é difícil ver a repetição “científica” de ciclos tão grandes como o mundial, não será tanto com processos mais reduzidos como os sociais.
Um historiador aprecia ver a repetição dos eventos para dar alguma credibilidade científica. Pois um único caso, ou somente poucos casos, poderia correr o risco de ser mera “coincidência”. É óbvio que, estatisticamente, sempre existe um limite nas probabilidades, coisa que talvez deveria ser tida mais em conta. Hoje em dia, felizmente a estatística está sendo levada mais a sério, pois ela merece ser incluída no recurso científico.
Nos ciclos que vamos em seguida analisar, existem pequenas oscilações de tempo-espaço. Este tipo de oscilação (que pode derivar de critérios vários, gerando os relativismos das ciências calendáricas), determina momentos de culminações e sínteses, a ser “cobrados” ao final dos ciclos. Trataremos, todavia, a assunto em termos de civilizações (macrocosmos) e sociedades (mesocosmos), sem adentrar na questão do indivíduo (microcosmos), que pode ser igualmente analisado segundo as suas quatro etapas de vida.
1. O Modelo planetário: “Macrocosmos”
No estudo dos ciclos a seguir, caberia lembrar a estrutura espiral ou cônica dos yugas (Idades) no manvantara, alusiva à qualificação progressiva do tempo-energia, uma vez que estaremos tratando, de certo modo, de iniciações coletivas ou de evolução planetária.
a. Touro. Teríamos um grande exemplo “à mão” do fator construtivo signo-Fixo. A Era de Touro, surgida há seis mil anos, viu florescer a civilização como a concebemos hoje, no Egito e em muitas outras partes do Mundo. Seguramente com muito mais significado e profundidade naquelas origens, como sugere o extenso simbolismo que acompanhava cada obra de arquitetura, desde a concepção espacial até os ornamentos, passando pela própria engenharia.
O signo de Touro, de Elemento “Terra”, teria influenciado este padrão, tornando-o belo mas pesado, e também conferido certa inclinação pela economia, desenvolvendo o comércio –sua grande contribuição, juntamente com uma incipiente indústria– e a agricultura. E com isto teríamos a disposição das bases da burguesia mundial.
Outra tarefa deste ciclo humano, já sob os impulsos de Áries, seria o de organizar em definitivo a diversificação e a hierarquização planejada das classes sociais, sob a guia segura de seus protetores espirituais e profetas, seus patriarcas e Manus. Assim, a estrutura cultural implantada nesta altura determinou as bases sociológicas da humanidade, fortalecendo tudo isto uma aristocracia mundial cujas bases foram, todavia, lançadas já no início do ciclo (ver abaixo).
Afinal, era aquela a quinta raça-raiz, regida por Mercúrio na sua parte inicial (idades espirituais), e depois por Marte na sua parte final (idades materialistas); isto poderia explicar a secreta face tauriforme do bodhisatwa Manjushri, ligado à sabedoria e ao poder, dualidade que também se apresenta a deidade romana Minerva, sendo a dualidade livro-espada um cânone maçônico.
Deste período remonta o difundido culto ao Touro (ou à Vaca) sagrado. Mas trouxe também consigo, num plano mais esotérico quiçá, uma grande inovação cultural, a da Ciência e da Matemática. A Arqueometria foi codificada e, através dela, se ordenaram cânones preciosos e erigiram construções fantásticas. A humanidade conheceu, pela primeira vez, a exposição de um magno edifício cultural através da Religião da Civilização, momentaneamente transmitido pela Monarquia humana, mas sob a promessa de um dia vir a representar o verdadeiro governo dos Mestres.
b. Leão. Falar de algo ainda mais remoto seria difícil, porque fugiria aos padrões de civilização reconhecidos. Porém, em termos de organização e avanço cultural –que é do que se trata, afinal– remontaria à Era de Leo, há 13 mil anos atrás, o conceito de monarquia como base do futuro Estado feudal. Leão não é o símbolo do poder ou da monarquia apenas pela força do felino sagrado, mas porque esta energia se consolidou e legitimou sob o domínio daquele Arquétipo, o qual fundamentou também a própria força do xamã (a palavra nauatl para xamã, ou seja, nagual, também aponta para o felino).
O historiador sério deve procurar seguir estas pistas, para poder chegar a compreender o irrompimento da civilização há cinco mil anos, coisa que somente poderia suceder sob uma base social e também espiritual muito sólida e de há muito estabelecida, mas também definida em termos de raças.
A estrutura cultural implantada nesta altura determinou as bases antropológicas da humanidade. Pois uma raça em especial se destacou ali, e não apenas por propor uma nova religiosidade, capaz de oferecer a salvação à própria Alma, quando todos focalizavam ainda sobretudo a forma física, no desesperado esforço por fazê-la perdurar no tempo, e poucos se preocupavam ainda com a Essência. Além desta revolução cultural, que foi a Codificação do Soteriologia, dos mistérios ctônicos e do coração, a raça atlante se afirmou também através da organização de uma nova Economia, permitindo um reequilíbrio na sua capacidade de auto-sustentação. Ora, economia e ecologia não são coisas diferentes. Assim, se o ser humano de início alcançou harmonizar o meio ambiente através da religião (Animismo), agora ele o faria pela produção e racionalização.
A humanidade vinha, afinal, crescendo e se reproduzindo rapidamente, sob o fértil e cálido ambiente tropical das Américas, que tantas alegrias tinham dados aos chegantes. Era preciso ampliar os recursos de sustentação dos seres humanos, do contrário logo a natureza se esgotaria. Sair deste ciclo de devastação e guerras era uma nova norma civilizatória que não poderia ser postergada. Foi assim que teve início a Revolução agrícola da humanidade, pela domesticação de algumas espécies especialmente benéficas ao ser humano.
c. Escorpião (Águia). Seria quiçá improvável corroborar, mas diríamos ainda que, sob Escorpião, há cerca de 20 mil anos passados, uma grande revolução sexual e de costumes começou a definir os caminhos humanos, sob a pauta da religião, determinando os clãs e as estruturas de parentesco verificadas nas tribos indígenas, sendo desde então o sangue considerado um elemento importante (mesmo nas tribos do Xingu, os caciques herdam para os filhos sua posição ou autoridade). A Era de Escorpião (como todo o seu Quadrante) foi, daí, o momento em que o homus sapiens se consolidou definitivamente como espécie, organizando-se e sobrepujando as outras espécies concorrentes então existentes na Terra. Não seria preciso insistir na importância de eugenia nestas primeiras etapas da nossa evolução. O ser humano queria evoluir e se fixar como tal, numa forma mais avançada e com cérebro maior. Tanto que, mais tarde, algumas culturas (egípcios, maias, etc.) até tomariam medidas (físicas inclusive), especificamente para ampliar a capacidade cerebral.
O isolamento territorial e a criação de tabus especistas foram algumas destas medidas eugênicas. E tudo isto se revestiu de novos elementos espirituais e culturais muito bem definidos, inclusive a definição de uma precisa religiosidade, um sentimento de conexão com o Mais Alto que definia, acima de qualquer outra coisa, a emergência de uma espécie realmente diferente e conectada às próprias Fontes sagradas da vida. Estamos falando, pois, da organização de uma proto-teocracia nos albores mesmo da humanidade, segundo a impecável ordem estruturalista das coisas (gestalt –ave, C. de Levi Strauss!). O homo sapiens não emergiu sem uma progressiva evolução cultural concomitante. Isto nos leva a suspeitar daquilo que a Ciência já se começa a descobrir: a religiosidade do antigo hominídio, nossos verdadeiros antepassados paleontológicos. A estrutura cultural implantada nesta altura determinou, pois, as bases paleontógicas da humanidade. E é desta época que remontaria o culto da Águia como uma divindade primordial, resultando na longa tradição dos homens-pássaros (note que o conceito mexicano de Quetzalcóatl, serpente alada, pode fazer alusão à duplicidade Águia-Escorpião).
Outro fator capital aqui, seria a manifestação da consciência ecológica do homo sapiens. O ser humano cedo teve consciência de que os primitivos hominídios estavam degradando o planeta. Os instintos corriam soltos e destruía a tudo. Então o ser humano teve o gênio de declarar todas as coisas sagradas, e que nada poderia se destruído e sequer usado sem respeito e reverência. E assim nasceu o Animismo, a primeira grande religião popular. Como contraparte, resultou no começo da pecuária, reunindo culto e fonte alimentar. A instituição mosaica do holocausto do cordeiro é uma reminiscência desta tradição, cuja origem bíblica está na supremacia do pastor Abel sobre o agricultor Cain, aos olhos de Deus.
Lembrando que tudo isto sucederia em meio a grandes mudanças e flagelos naturais que despertaram o temor e a superstição do homem primitivo, pois entre 18 e 8 mil anos atrás ocorreu a última grande glaciação. Devemos ter por certo que os mentores da humanidade aproveitaram a oportunidade para fomentar avanços culturais e migrações, como a que ocorreu no entremeio com a épica ida de povos asiáticos para as Américas (a data consensual para isto é de 13 mil anos atrás); como vimos em outros Capítulos acima.
Abaixo, temos o Grande Calendário da Civilização (a etapa atual será comentada em seguida), sendo as datas apresentadas aqueles momentos centrais aproximados dentro dos signos Fixos. As bases sociais assinaladas, mais que classes propriamente ditas, tratam da capacidade e estágio de organização de uma civilização, refletindo em seus níveis culturais.
O Ápice Fixo das Civilizações:Ciclo total de 24 mil anos ..... Sub-ciclos de 6 mil anos
O quadro também fala de 24 mil anos, uma divisão clássica do tempo astrológico dotada de amplas simetrias e potencial de organização (a fórmula 4x6 define cabalisticamente a essência mesma da evolução da Terra, sob a regência da espécie humana). Com relação aos dois mil anos “finais”, teria relação com sínteses e preparações de mudanças de ciclos, distribuídos em momentos-chaves da ordem cósmica, daí a importância dos marcos cardeais e fixos aqui analisados.
Devemos considerar os três signos anteriores como os grandes Arquétipos Fundadores da condição humana (donde sua proeminência na cultura universal), uma vez que o próximo já representa o ser humano como tal, pronto e acabado, a seguir, resultando, assim, menos de mitos que de profecias.
d. Aquário (Homem). Estamos adentrando, atualmente, na Era de Aquário, que integra a faixa central dos signos Fixos no zodíaco mundial. E com isto se vislumbra uma grande reordenação da civilização, quiçá para o próximo milênio. A tônica de Aquário é ciência, fraternidade e humanismo. Estes processos dependem, contudo, de preparações adequadas, a ser agora realizadas. Uma civilização somente emerge, a partir de bases sócio-culturais bem assentadas. Auto-sustentabilidade e espiritualidade estão entre elas, assim como justiça social.
Contudo, neste quadro mundial, se poderia dizer que a própria Era anterior foi preparatória. De fato, Alice A. Bailey já dizia ser o Cristianismo uma “religião-ponte”. Sem dúvida, a fraternidade amadurece para algo mais elevado, tais como “as corretas relações humanas”, e até mesmo para relacionamentos de altíssima qualidade como são almas-gêmeas; mas também prepara a alma para as altas energias do espírito, ou seja, a própria iluminação. A religião de Jesus sensibilizaria ainda o ser humano para comungar com maior profundidade com o meio-ambiente, coisa esta sinalizada já no final daquela Dispensação espiritual, pela figura premonitória de São Francisco, tido hoje como o “patrono da Ecologia”.
Todos estes são, pois, signos da Nova Era, estando presentes no símbolo de Aquário, o ancião vertendo o cálice da sabedoria sobre a Terra, emblemas do coração (Graal) e da experiência acumulada das Idades.
O nome da civilização atual, Telúria, se deve a ser o quarto elemento a Terra (ainda que na ordem evolucionária sua energia corresponde ao “Fogo”, base da consciência cultural que lhe diz respeito). Como finalização de um ciclo mundial, temos neste último estágio a principal imagem de Malkuth, dito “o reino” na Cabala, plano dos Quatro Elementos constituídos ou organizados. Uma quarta revolução cultural aguarda neste ciclo, e sua natureza é ontológica, isto é, espiritual propriamente dito, ou a esfera do Ser.
Sua coordenação interna e geral depende, todavia, de forças superiores, tais como aquelas que insuflam a evolução da Terra em seus bastidores, na forma das Hierarquias e genealogias divinas mas, sobretudo, pelas forças que organizarão o ciclo futuro do mundo, de base pós-humana, e quando tudo aquilo que se vê acima já não se repetirá, é óbvio, nos mesmos termos, mas receberá uma nova nota cultural de unidade.
Sob esta ótica, é que se justificam os presentes movimentos humanistas, muito mais que pelas energias de um simples Kali Yuga também tendente à massificação e ao materialismo. Por esta razão, diferentes fórmulas da “Religião da Humanidade” têm sido empreendidas. Claro que falta muito para tudo isto –revoluções, conquistas, reformas, etc., etc.– realmente se justificar. Sínteses e harmonizações ainda serão necessárias, e tal coisa não será alcançada apenas sob a ação humana, que sozinha apenas pode fomentar a barbárie. Será preciso retomar certas bases culturais universais para o ser humano –como é a orientação superior dos divinos Enviados–, pois não se faz o Futuro sem alguma atenção com o Passado, na busca do Presente que conduz, sempre e somente ele, ao Eterno.
A nova religiosidade sem hierarquias formais –ou a Codificação Ontológica humana–, é um avanço em relação à forma real das coisas para a humanidade, permitindo com que ela cresça por si mesma já sem intermediários ou representações diretas. Por outro lado, isto não significa jamais poder prescindir de modelos e referências superiores. Até porque, como reino intermediário que é no plano da Criação, o ser humano sempre será um reino frágil e suscetível, podendo involuir ou evoluir a depender das forças com que se relacione (relação é a palavra-chave nesta etapa da evolução do mundo que é a condição humana). E afinal, em última instância, a Terra como um todo também se destina a avançar para além da condição humana, que o grande Reino de Aquário deverá agora consolidar.
2. O Modelo nacional: “Mesocosmos”
Estas seriam manifestações dentro de um calendário planetário. Mas em outros zodíacos ou ciclos, o processo também se repete, com dimensões distintas.
Existe um ciclo bem menor ao planetário, mas de âmbito nacional–muito conhecido desde a Antiguidade, e hoje identificado até pelos historiadores– de apenas duzentos anos, porém dentro de um contexto maior de oitocentos anos (com variantes de também de mil anos).
Chamado o Ciclo dos Cronocratores, está vinculado às conjunções de Júpiter e Saturno, chamados os “Senhores do Tempo”, sendo usado pelos antigos para determinar os ciclos das civilizações e das sociedades –sendo notável sua correspondência com a mítica idéia do millenium, o qual encontraria aqui sua base astronômica.
Nas etapas centrais destes duzentos anos (incidindo, portanto, em signos Fixos), sucede a organização de Estados sociais, como instrumento da manifestação das classes. A mudança de capitais, se o território do país o permite, seria uma de suas características, gerando novos centros para renovados ciclos sociais.
Havendo espaço para tais mudanças de centros, evita-se maiores revoluções e guerras civis, facilitando os caminhos para gerar uma verdadeira civilização, pois a sociedade pode se organizar com menos traumas e menor perda de tempo. Esta variação foi observada nos grandes países da Antiguidade –o mencionado Egito, por exemplo, onde cada dinastia focalizava o todo desde uma nova região, ou mesmo a Pérsia com suas mudanças cíclicas de Capitais.*
Todo este quadro pode ser plenamente verificado na História da humanidade, e afortunadamente, temos um caso próximo no tempo e espaço, o do Brasil evoluindo sob clássicos ciclos sociais, onde a mudança das capitais segue um ritmo rigorosamente cronológico de 200 anos.
Salvador, Rio de Janeiro e Brasília, foram tornadas capitais (por vezes até construídas com este propósito) nas datas de 1578, 1763 e 1960, respectivamente. Ou seja: uma margem de erro de menos de 20 anos (que de resto corresponde ao período de transição de 10% do total). E cada região que centralizam, torna-se um novo foco de organização deste grande país, assim como palco de desenvolvimento de uma classe social emergente em particular.**
Abaixo, diagrama com o quadro brasileiro (esta estrutura tem um início diferente ao anterior, mas isto é um detalhe menor).
O Ápice Fixo das Sociedades (Brasil): Ciclo de 800 anos .... Sub-ciclos de 200 anos
Note como a mandala acima sugere o desenho da bandeira brasileira, com sua sabida alusão cosmo-naturalista. O círculo interno aponta para a quinta etapa central, e a faixa horizontal (que na bandeira seria a eclíptica) divide as classes materiais (acima) e as regiões litorâneas, e a classes espirituais (abaixo) e as regiões interiores. Dissemos acima que este ciclo completo varia entre 800 e 1.000 anos. Assim, o quadro teria ainda a sua culminação na Região Sul (ao centro), formando uma quintessência civilizatória (sendo os extratos sociais acima as bases para isto) e de certo modo supra-social, no sentido de um socialismo pleno, quando supõe-se também que o Continente esteja amadurecido para a sua unidade cultural, vindo esta região a servir de ponte natural para tal aproximação, como já de certa forma tem servido historicamente.
A etapa atual é a de número três, onde situa-se a Capital Federal agora. A presente Missão social é a de organizar uma aristocracia cultural, uma nobreza dotada de valores éticos, sociais e ambientalistas. O Centro-Oeste é o foco escolhido para sediar esta nova etapa social, e todos aqueles que sentem-se chamados a atuar na região ou em prol dela, estarão trabalhando no próprio foco do Presente, que é o tempo-energia dos signos Fixos de organização e consolidação das novas coisas.
O Plano da Civilização
As cidades nasceram para centralizar um novo conceito cultural nascente no Vº Milênio passado: o de Civilização. A semelhança entre as palavras pólo e pólis não seria, pois, casual.
Esta filosofia tinha como meta unificar as coordenadas de tempo e de espaço, fecundando a consciência numa síntese superior de evolução humana. Ora, existe um Plano geral de evolução da humanidade, de ordem universalista e que tem uma base material e um teto espiritual.
A etapa material é relativamente coordenada pelos interesses materiais e pelos instintos biológicos, se tratando da colocação de bases materiais como produção (proletariado) e comércio (burguesia). Porém, até por definição a civilização é o trato de com um conjunto de dimensões presentes na condição humana, refletido na organização de classes e planos culturais.
Quando chega, porém, o momento de constituir estruturas mais elevadas, já não basta o instinto material. Ocorre que, na verdade, a condição humana é mais do que meramente “biológica”, ela tem uma alma (ou “consciência”). E estas novas dimensões se apresentam como novas escalas dos instintos naturais, isto é, um redimensionamento superior.
Assim, o instinto de perpetuação se apresenta, mais do que pela sobrevivência física (“condenada” no tempo, pelo que tudo indica), como um desejo de imortalidade da alma. Da mesma forma, o sentido ético humano e o seu desejo de relações sociais, almeja mais do que manifestar desejos pessoais que envolvem sexo e sobrevivência, e mais também que o núcleo limitado da família pessoal, mas abranger a coletividade. Coisa importante inclusive para fins de segurança e sobrevivência, ante ameaças externas de outros grupos organizados. Estes fatos induzem daí a manifestar uma consciência social e um sentido de fraternidade.
Tais coisas já não se alcançam tão facilmente, porém, apenas de forma “natural”. São realidades mais sutis e subjetivas, sujeitas à inspiração e à revelação. Aqui entra, porém, o papel do reino humano como co-criador no Plano Geral da Criação.
A partir disto, o ser humano deve dar as mãos ao Altíssimo. Porque começamos a transitar em campos misteriosos, que existem para além do “natural” ou, melhor, do óbvio e do material.
Toda a evolução denota um aumento de forças e saberes, e se não queremos fincar paralisados como Prometeu ao roubar o fogo dos deuses, devemos atuar ou acatar a ajuda de Hércules, o bom discípulo, para seguir cada vez mais longe na tarefa da luz e da libertação, levando a Terra à consumação de seu Plano sagrado.
Por isto, chega o momento da supra-consciência, na evolução natural das coisas, assim como de a humanidade pedir auxílio aos Maiores para seguir evoluindo. A Civilização é, em seu Plano original, uma tarefa de luz Maior. Apenas que, para que funcione, o ser humano, ao qual tudo é custodiado, deve conhecer criteriosamente os seus papéis, e nisto os seus limites e os perigos globais que subjazem à desobediência às leis de unidade (vide tenebrosas crises civilizatórias), mas também a grandeza que lhe espera sob a sábia colaboração com a Hierarquia (vide gloriosos nascimentos civilizatórios).
Afinal, seria de perguntar onde o ser humano irá tirar inspiração para tais vôos de consciência e, ainda mais, fecundar toda uma sociedade em prol de uma transformação cultural, quiçá enfrentando a irremovível resistência da inércia da matéria (e das forças, não raro mórbidas, vinculadas à sua perpetuação)? É claro que esta seria uma tarefa de séculos, mas ainda assim dificilmente poderia nascer no próprio plano humano. Daí que, um dos elementos capitas dos grandes processos evolutivos, e sinalizando as sínteses a que estão destinados (e já manifestando-se através disto e de outros fatores vários), é o aparecimento de mensageiros sagrados no seio destas sociedades “predestinadas”, apresentando as fórmulas e os caminhos (não raro, segundo consta, com atuação direta e mobilizadora) para a decisiva evolução coletiva e transformar assim o potencial em atual.
É aqui onde a Geografia sagrada também entra como um recurso capital, uma verdadeira Ciência Régia capaz de nortear os caminhos da humanidade. O globo armilar, no alto, feito a partir de um antigo instrumento de navegação, muito mais que um símbolo de poder é, acima de tudo, um emblema do saber, daqueles que conhecem as leis da evolução superior. Por isto a sua faixa transversa, faz melhor alusão à Via Láctea (o mítico “Rio das Almas” dos Argonautas) do que à Eclíptica, como pensam alguns.
O sábio conhece as épocas e os lugares, compreendendo o que está inscrito nas leis da terra e do céu. Tendo isto em vista, torna-se mais fácil reunir a determinação necessária para efetuar as transformações culturais que faz falta.
* Não obstante, estamos falando neste caso de civilizações constituídas (e não implantação de simples fundamentos sociais), cujo ciclo já seriam maiores. O ciclo mínimo das “Idades do Mundo” é de mil anos, para cada tipo de civilização.
** Para mais, ver literatura do Projeto-Exodus ("Terrae Brasillis", "Rumo ao Brasil Profundo", "O Livro do Tempo", etc.), pelo Editorial Agartha www.agartha.com.br.
Da obra "O Oráculo de Gaia", Luís A. W. Salvi
Assista ao vídeo
As Grandes Transformações Planetárias
*
Luís A. W. Salvi é filósofo e escritor polígrafo com cerca de 150 obras, e na última década vem se dedicando especialmente à organização da "Sociologia do Novo Mundo" voltada para a construção sócio-cultural das Américas.
Editorial Agartha: www.agartha.com.br
Contatos: webersalvi@yahoo.com.br
Fones (51) 9861-5178 e (62) 9776-8957
Luís A. W. Salvi é filósofo e escritor polígrafo com cerca de 150 obras, e na última década vem se dedicando especialmente à organização da "Sociologia do Novo Mundo" voltada para a construção sócio-cultural das Américas.
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