O conceito de “fim do mundo”
Entraremos em 2012, e as pessoas julgarão que "nada acontece", que as profecias são vãs, como se a cegueira mesmo não fosse parte da crise então! Seria leviano julgar que a sabedoria ancestral poderia se equivocar de tal forma. Na verdade, o erro está na visão de mundo materialista dos modernos, que mesmo assim pode ser arrolada para corroborar a profecias, porque a própria Ciência prevê uma crise ambiental crescente e trágica, o que certamente ocorrerá porque, ademais, percebe-se a olhos vistos que quase ninguém leva sério a ecologia, especialmente ao nível de governos, tanto que em pleno 2010 se alcança um novo ápice de poluição no mundo, quando todos deveriam estar realizando esforços desesperados para reverter as emissões poluentes...
Eis que o mundo de fato já acabou, embora muitos não percebam, porque o próprio conceito tradicional de “mundo” -ou de kosmos entre os gregos-, significava “ordem” num sentido amplo do termo, e mais propriamente ordem civilizatória num aspecto superior da expressão, onde a ordem natural advém naturalmente da própria harmonia cultural resultante. O 2012 será conhecido como o momento em que o caldo entornou de vez, e até podemos ver as formas como isto acontecerá, pela indiferença moral e ambiental, num mundo onde a vida e o espírito adquirem pouco sentido.
Estamos falando, pois, da ordem moral, numa época em que os valores se deslocam de forma perigosa e sem maior critério, perdendo bases importantes. As pessoas não se dão conta de que o mundo acabou, porque elas muitas vezes se identificam com este mundo em crise e são parte dele, seja porque não tem mais referências morais para questionar a decadência, ou ainda porque temem as minorias ruidosas apoiadas pela grande mídia ligada ao mercado sempre sedento por adular novas freguesias.
Eis que sob a pressão dos tempos (a Idade Negra do materialismo radical), as pessoas mesmas perderam os seus valores, por isto não percebem a situação das coisas. De geração a geração, vai se debilitando a força moral, que afinal já era frágil porque baseada muitas vezes em dogmas; se é que seria possível ir muito além disto ao nível de massas humanas. Apenas o futuro poderá dizer, depois da restauração dos valores sobre novas bases, que o mundo já não existia realmente, apenas uma carcaça de civilização, num deixar-se levar sem sentido e nem razão, ao sabor dos ventos no rumo do caos mais tenebroso, onde a liberdade flerta com a libertinagem sem critério algum.
O mito do dilúvio é, nisto, deveras paradigmático e suplanta o tempo. Está relacionado –simbolicamente falando-, com a ilusão em geral, caracterizada pela manifestação dos contrários, como são o elitismo e a cultura-de-massa. Como exemplo de ilusão elitista, podemos citar o pragmatismo estreito, como seria um ambientalismo apenas materialista sem apelo profundo e nem impacto sobre as massas. Muitos se perderão de boa fé, por lástima, porque amarão mais os seus conceitos (que ocultam grandes preconceitos), os sonhos e utopias, do que a Verdade segura e iluminada pelos caminhos tradicionais, corroborados pela História e pelos mitos ancestrais. Se terminarão por perder, sim, porque amam mais a si mesmos do que a Deus e ao próximo, e ainda levarão muitos com eles para o nada.
E um exemplo de cultura-de-massa, seria o fisiologismo político mais preocupado em manobrar as massas com o assistencialismo, do que propriamente fomentar a libertação do povo, através da educação integral, de reforma agrária, da mobilização popular, etc. Uma das grandes esperanças das nações para alcançar a ordem do mundo, sempre residiu na política, porém o sistema se tornou tão impermeável às mudanças, que a política tradicional não passa de uma grande ilusão, a ponto das siglas partidárias pouco representarem e se diferenciar entre si.
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O estado de caos psíquico e de desnorteamento completo –o que inclui as ilusões das falsas esperanças-, se expressa na base da criação como as águas do “caos original”. É o domínio de maya, a ilusão, e se relaciona diretamente com a percepção do caos moral verificado na decadência das civilizações, quando o anormal passa a ser visto como normal, e também vice-versa... Isto é suficiente para se falar do “fim do mundo”, porque submerge também ali, a simples possibilidade de denunciar o mal e o erro, quando a perversão e o culto do caos se torna objeto midiático, para adular o equívoco (já que também é pecado falar em “pecado”) em nome da “integração ao mercado” das hostes crescentes de perdidos e iludidos. Por aí se vê que a tentação é tão grande quanto o desvio, e eis que disto tudo, uma grande seleção de almas também emerge para renovar a face da terra, não arguindo meramente velhos preconceitos, mas luzindo de forma renovada a espada da sabedoria, ostentando novos saberes e valores que ata os tempos na eternidade, ostentando assim o melhor de cada mundo.
Assim, com algum esforço, nem é uma coisa tão difícil entender o conceito tradicional do fim do mundo. Na verdade, ele até chega à boca do povo simples, ainda que muita gente não perceba por causa da perda e da confusão de valores, já que estamos falando, sim, de questões morais, sem os quais não existe qualquer ordem real ou superior no mundo, nenhum traço mais de algum projeto-de-civilização, enfim, mas apenas os mecanismos instintivos mais burdos.
A destruição material do mundo, é apenas conseqüência deste controle violento das coisas por parte das forças do caos e do materialismo, que controla os governos e a grande mídia. Por tudo isto, a única solução se torna adotar medidas de alcance maior para refundar as instituições, que abranja tanto as elites quanto as massas humanas, do porte de uma recriação universal do mundo, no plano dos valores, do conhecimento, das perspectivas espirituais e até dos pólos geográficos.
Mesmo uma das obras mais citadas sobre o “fim do mundo”, que é o Apocalipse de São João, anuncia que uma grande mudança virá, porém através do caos (ordo ad chao), orientando a mudança para rumos realmente novos através de agentes especiais enviados pelo Altíssimo.
Da obra "Vivendo o tempo das Profecias", LAWS
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