O SÍMBOLO DO AGUADOR

Nilo ou Hopi, como signo de Aquário

Existe muita controvérsia sobre o papel dos "Mestres Ascensos" em nossos dias. Alice A. Bailey, além de demonstrar que a palavra "ascenso" refere-se na verdade a uma iniciação, afirmou corretamente que a função do Cristo provavelmente seria ocupada pelo mesmo mestre Jesus numa nova encarnação sua. O Cristo seria um novo Manu (protótipo) racial, recebendo entre outros o nome de Maitreya, um Buda de suprema categoria.

Mas também é muito cotado o trabalho de Saint-Germain como regente da Nova Era, além da menção de vários outros mestres que provavelmente poderiam ser enquadrados na regência de algum ciclo ou sub-ciclo hoje emergente.

Pois uma coisa que se deve ter em mente, é que vários ciclos de grandeza maior confluem conjuntamente em nossos dias. Em decorrência disso, podemos esperar um acúmulo de funções por parte do Avatar em manifestação. É por isto que existem apenas 22 Avatares de Vishnu no Hinduísmo, ao passo que no Apocalipse se apresentam 24 anciãos coroados cercando o Cristo. A fórmula hindú é a sintética, revelando a função cumulativa de certo Avatar, no caso, o próprio Kalki atualmente aguardado para encerrar o ciclo cósmico, nesta grande "meia-noite dos tempos" em que os três ponteiros do relógio cósmico se reúnem.

Deve-se saber então que o símbolo do Aguador também reúne as três principais energias do Novo Mundo, a saber: a Nova Era, o Novo Ashram e a Nova Raça; expressas através dos três elementos presentes no símbolo: o ancião, o jarro e a água.

O ancião é o próprio Saturno, o velho, que no signo Nova Era (Aquário) apresenta a sua face solar ou áurea. Os mitos gregos dizem que Saturno rege a Idade de Ouro, e isto o faz através de Aquário. Sendo uma Era positiva, espera-se uma ampla integração entre as instituições, sobretudo por se tratar de Áquário, um signo setenário (ou conclusivo), correspondente portanto à função de Saint Germain e a certos aspectos do arco-íris sempre associado ao Cristo retornado.

O jarro representa inicialmente o novo Ashram solar ou a nova Hierarquia em manifestação, que é a quarta, também conclusiva nesta Ronda planetária, igualmente a Quarta, e assim destinada a gerar o quarto Reino, que é o da Humanidade. Corresponde ao cálice do coração (Graal), o quarto chakra (grau de Arhat, "Venerável"), centro este associado à condição espiritual própria da nova humanidade, coroando o plano evolutivo humano para este ciclo mundial. A função do novo Ashram é permitir que a humanidade desenvolva finalmente todos os seus potenciais, para que o homem possa em conjunto dar o novo passo evolutivo através dos reinos da criação e o planeta tornar-se uma verdadeira estrela de luz, pelo trabalho quaternário de Maitreya.

A água está associada inicialmente à Nova Raça-Raiz, originária das Américas. Esta água pode ser vista em dois sentidos, elemental ou etérico. Na visão alquímica, trata-se do segundo elemento, água ou psiquismo, alusivo à base humana da nova Raça, de natureza psíquica. Mas na visão superior, são as águas cósmicas oriundas no plano monádico, teto espiritual da Nova Hierarquia, e no qual esta alcança a sua suprema condição espiritual através da Sexta Iniciação (grau de Chohan, Senhor-de-Raio), através do Raio de Idealismo-e-Devoção, coordenado pela figura de Jesus.

Assim, da mesma forma como as energias dos três ciclos entrantes se acham expressas no símbolo do Aguador, o novo Avatar também trará consigo um tríplice dharma ou lei espiritual, em função de sua tríplice função divina, que visa suprir as necessidades espirituais dos três grandes centros: Humanidade, Hierarquia e Shambala.

Como vários profetas modernos tem sugerido (entre eles H. P. Blavatsky, S.R. de la Ferrière e Elizabeth C. Prophet, etc.), a Idade de Ouro ocorrerá na América do Sul, palco da manifestação da Hierarquia ou do Novo Ashram solar. O aspecto humano da nova Raça certamente terá maior desenvolvimento ao Norte, mas sua expressão propriamente racial estará difundida entre ambos os Hemisférios.