Aos poucos vão sendo desvendados o significado dos ciclos
maias e a natureza dos seus tantos calendários, muitas vezes melhor
referenciados no universo nahua paralelo, afinal os aguerridos maias sofreram a
sina de terem os seus preciosos códices incinerados para que desta forma
perdessem os seus elos culturais ancestrais.
É da Tradição de Sabedoria a noção de que existem “escalas”
na evolução da vida e do planeta. Os nove ciclos ou escalões maias associados
aos “Nove Senhores do Tempo” está diretamente relacionado a isto, imprimindo um
ritmo determinado através da
proporção de “vinte vezes” a escala anterior, remontando aos primórdios dos
grandes ciclos atuais da vida que culminam nas evoluções humanas.
Sabemos que a evolução da vida sobre a Terra ocupa já a
conta de 3,5 bilhões de anos, desde o seu surgimento tão misterioso ainda para
a Ciência como os próprios mecanismos e os propósitos desta evolução, quando
começou a se organizara Biosfera, até os nossos dias de tecnologia avançada e
além, quando se propõe começar os tempos da Noosfera.
Percebe-se daí que estes escalões maias de tempo,
correspondem com razoável exatidão aos momentos mais importantes da evolução da
vida e das espécies, penetrando na evolução humana atual a partir do sexto
escalão. Tal coisa demonstra que a estrutura maia de tempo, se presta para
medir os ciclos da vida, especialmente aqueles mais relacionados à evolução
humana, sugerindo que os Antigos já conheciam a escala da evolução da vida, sobretudo
com referencia aos ciclos humanos em geral e mais especialmente aos grandes
ciclos da cultura.
Apesar destes escalões fazerem referência a ciclos, alguns
deles são tão imensos que apenas podem ser vistos como calendários únicos. Claro
que, como existem “ciclos dentro de ciclos” e ciclos paralelos no universo, existem
classificações simultâneas a estas. Calabtun, Katun e Vinal, ostentam ou se
referem diretamente ao valor 20, seus fractais ou projeções, e a escala Tun
(que é a terceira) sofre uma adaptação para resultar no valor do ano solar maia-nahua
arredondado de 360 dias.
O nono e maior deles, contudo, chamado Alautun, de 63 milhões
de anos, extrapola qualquer traço de evolução pré-histórica humanóide e remonta
ao Período Cretáceo, tempo em que os dinossauros estavam no seu apogeu e logo se
extinguiram por razões de certa forma acidentais, a crer na mais importante
teoria segundo a qual teria caído um grande meteoro na Terra (mais exatamente
no Golfo do México), capaz de modificar o clima do planeta por um período
importante (coisa que também costuma acontecer sob a ação de grandes vulcões e
das glaciações).
No Paleolítico Inferior (4 milhões de anos atrás), quando
surgiram as primeiras espécies de hominídeos, o ser humano começou a usar
ferramentas de pedra, madeira e galhos. Por milênios o ser humano acompanhou as
rotas migratórias dos animais, e com isto foi aprendendo sobre os ciclos da
Natureza, abrigando-se em cavernas e fazendo uso de choupanas de galhos, palhas
ou couro. O oitavo ciclo ou Kinchilkun, de 3,15 milhões de anos, se insere no
começo deste período original que resultaria na formação do homo sapiens.
No Paleolítico Médio (cerca de 200 mil anos atrás) ocorreu a
domesticação do fogo que levaram às práticas de assentamentos humanos mais
permanentes como aconteceu nos registros dos sambaquis, surgindo também neste
período evidências de cerimônias fúnebres. O sétimo ciclo maia, Kalabtun, de
157,6 mil anos, situa-se nos primórdios deste período.
No Paleolítico Superior (40 mil anos atrás) se criou anzóis,
agulhas, machados e a arte rupestre. O aparecimento do Homo Sapiens em meados
deste período, está ligado ao surgimento ou ao aperfeiçoamento da cerâmica e ao
uso de cavernas como abrigo do frio que fazia naquele período de glaciação.
Aqui existe uma lacuna nos ciclos maias.
Finalmente, no Mesolítico ou no Neolítico (10 mil anos
atrás), conforme se queira classificar, a nossa sub-família sapiens deu início à criação e à
agricultura, deixando de ser apenas um usuário da Natureza para se tornar um
“colaborador”, como se costuma dizer. O ciclo Pictun, sexta escala mais do
tempo, com 7,9 mil anos, se insere nos princípios deste período.
A partir dali, existem os cinco períodos de caráter
histórico que servem realmente como ciclos, desde um aspecto social como o
Baktun (de 400 ou, antes, de 394 anos) até os ciclos de natureza mais
espiritual e individual como são o Katun (cerca de 20 anos, relacionado às
conjunções sinódicas de Júpiter e Saturno), o Tun referente ao ano solar, e o
Vinal relativo ao mês maia de 20 dias, assim como o Kin que se refere à unidade
diária, que já não representa uma unidade vigesimal (salvo haverem os maias
dividido o dia neste número de horas). Deste modo, o primeiro e o último ciclo entram em categorias especiais. Contudo, estes últimos ciclos escapam de
certo modo ao foco do presente estudo acerca dos ciclos da vida, pois adentram
em aspectos mais subjetivos acerca do conceito “vida”.
Vale mencionar também, a título de comparação, a existência
de certos registros amplos na doutrina hindu do Manvantara, de surpreendente
precisão científica, envolvendo ciclos análogos a Kinchiltun e a Pictun (oitava
e sexta posições mais, respectivamente), onde os “anos humanos” (4,32 milhões
de anos, surgimento dos hominídeos no início do Paleolítico) se associa
indiretamente aos “anos divinos” (12 mil anos, começo da evolução racial humana
atual no do Neolítico) através da proporção 360, que é o mesmo valor do Tun, a
terceira escala maia de tempo, envolvendo assim um ritmo rigorosamente
semelhante ao maia, apesar de eliminar a escala intermediária Calabtun.
Luís A. W. Salvi, Ik Ix (“Mago Cósmico”) Kukulkan
Leia também “O Manvantara sem Mistérios”, em
.
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